Olá!
Vivemos uma era em que a insatisfação virou rotina.
E, curiosamente, essa insatisfação não é sinal de fracasso — muitas vezes, ela nasce justamente entre os mais inquietos, os que conquistam muito, mas parecem nunca se sentir completos.
Na carreira, isso aparece de forma sutil: o profissional que troca de emprego a cada ano, que busca um cargo melhor, um salário maior, uma empresa “com propósito”. E quando finalmente conquista tudo isso… já começa a desejar o próximo passo.
Mas o que é esse “algo a mais” que nunca chega?
O vazio de uma busca infinita
Crescemos ouvindo que precisávamos “ser alguém na vida”.
Mas ninguém explicou o que isso significava de verdade.
E então passamos a vida correndo — por títulos, cargos, crachás, diplomas e reconhecimento — sem perceber que talvez estivéssemos tentando preencher algo que não é profissional, mas emocional.
A carreira se tornou um palco onde tentamos provar o nosso valor, mas esse valor não se mede em promoções.
Ele se constrói em propósito, coerência e paz interior — coisas que o currículo não mostra, mas a vida revela.
A comparação que nos paralisa
As redes sociais potencializaram a sensação de estar sempre atrasado.
Enquanto trabalhamos duro, vemos o sucesso do outro desfilando em tempo real: a vaga conquistada, o prêmio recebido, a viagem, o novo cargo no LinkedIn.
E então, mesmo vivendo um bom momento, sentimos que poderíamos estar mais longe.
A comparação distorce a realidade e cria uma ilusão de fracasso constante.
É como se o “não estar contente” fosse o novo normal.
Mas essa constante insatisfação não é combustível — é veneno disfarçado de motivação.
Contentamento não é acomodação
Estar contente não significa se acomodar.
Significa reconhecer que o que você tem hoje é fruto de uma trajetória, e que o progresso pode coexistir com a gratidão.
É possível desejar mais sem desvalorizar o que já se construiu.
O problema é que confundimos movimento com evolução, mudança com crescimento.
Às vezes, o verdadeiro amadurecimento acontece no silêncio, na pausa, na constância de quem segue aprendendo mesmo sem aplausos.
A geração que mais se cobra pode ser a que mais desperta
Essa geração que nunca está contente também é a que mais busca sentido.
E talvez seja esse o caminho: transformar a insatisfação em autoconhecimento.
Em vez de perguntar “O que está faltando?”, podemos começar a perguntar:
“O que já está bom e eu nem percebi?”
Porque a carreira é um caminho, não um troféu.
E o contentamento — essa paz discreta e rara — pode ser o verdadeiro sinal de maturidade profissional.
✍️ Por Marta Verona
🎙️ Inspirado no episódio do podcast “Carreira em Tópicos”
📍 “Contentamento também é competência.”
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