Há um tempo eu teria escrito esse texto com o coração pesado, tentando entender por que certas coisas precisam faltar. Hoje, depois de ouvir palavras que tocaram fundo em mim — e em tantas mulheres que vivem no limite entre o dar demais e o esquecer de si —, compreendo: permitir que falte também é amor.
🌱O novo nasce do espaço que o vazio deixa
Quando a vida tira algo, ela não está nos punindo — está nos abrindo espaço. Permitir que falte é confiar que o novo vem. Só quando o copo não está transbordando de excessos é que há lugar para algo novo chegar.
O excesso de amor sem reciprocidade, o excesso de tempo doado sem retorno, o excesso de cuidado não correspondido... tudo isso pesa a alma.
Esses excessos nos esgotam — e, no fundo, atraem o que há de mais carente dentro e fora de nós. Quando damos demais, sem equilíbrio, atraímos “crianças famintas”: pessoas e partes de nós que só querem ser amadas, mas não aprenderam ainda a se nutrir sozinhas.
💖 Entre ser amada e me amar, eu escolho me amar
Durante muito tempo, busquei ser amada — e percebi que já tinha o amor essencial: o amor de Deus e o amor dos meus pais. O resto é complemento, não condição.
Esse reconhecimento muda tudo.
Quando compreendemos que o amor que precisamos já habita em nós, conseguimos colocar limites. E limites não são muros — são pontes de respeito.
⚖️ Equilíbrio é maturidade
Dar e receber é um fluxo. Quando só damos, o rio seca.
Aprender a dizer não é um ato de coragem, um sinal de autorrespeito. O “não” ensina o outro sobre nossos limites e nos ensina sobre nossa própria força.
E sim — o não também é amor.
🌸 O testemunho de uma mãe, filha e avó
Hoje, Dia das Crianças, olho para a menina que fui, para os filhos que criei — Ana e Thiago, meus dois amores — e agora também para a Alice, minha neta, esse pedacinho de amor que renasce em mim. 💕
Com ela, aprendi a ver o amor que passa de geração em geração — o amor que não cobra, apenas transborda.
Como filha, recebi mais do que precisei.
Como mãe, dei tudo o que soube dar no tempo que tinha.
E como avó, aprendo que o amor amadurece, fica mais calmo e mais puro.
Com minhas presenças e ausências, entreguei o suficiente para que meus filhos se tornassem adultos incríveis — e para que o amor continuasse vivo em Alice.
A vida é isso: uma dança entre o que falta e o que floresce.
Feliz Dia das Crianças — cresça feliz, sempre. 🌈
💭 “Coloque limites. Isso liberta.”
Com carinho,
Marta Verona
Dra Carreira.
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