quinta-feira, 29 de maio de 2025

CLT x PJ — O que muda na prática?


Olá! 

CLT x PJ: Tudo o que você precisa saber para tomar a melhor decisão

Se você está avaliando uma proposta de trabalho ou repensando sua estratégia de contratação, este texto é pra você. 

Vamos esclarecer as principais diferenças entre a contratação via CLT e como PJ, com exemplos práticos e informações atualizadas.

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1. Qual é a diferença prática entre contratar via CLT e como PJ?

CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

  • Vínculo empregatício formal.

  • Registro em carteira com direitos trabalhistas: férias, 13º, FGTS, INSS, aviso prévio, seguro-desemprego.

  • Jornada controlada, subordinação, exclusividade.

PJ (Pessoa Jurídica)

  • Sem vínculo empregatício.

  • O profissional emite nota fiscal como empresa.

  • Sem garantias trabalhistas, mas com maior autonomia e possibilidade de negociar remuneração.

  • Responsável pelos próprios tributos, contabilidade e planejamento financeiro.


2. Existe diferença salarial entre CLT e PJ?

Sim, e muitas vezes significativa. Veja um exemplo prático:

CLT

  • Salário bruto: R$ 10.000

  • Descontos: INSS, IRRF, etc.

  • Encargos para a empresa: cerca de +70%

  • Custo total: ~R$ 17.000

  • Líquido para o profissional: ~R$ 7.800

PJ

  • Pagamento: R$ 12.000 a R$ 13.000

  • Despesas: impostos (Simples Nacional), contador, previdência

  • Líquido maior e liberdade de gestão

O RH compara o custo total do CLT com o valor negociado para PJ.


3. Quais encargos a empresa tem com CLT que não tem com PJ?

CLT:

  • INSS patronal (20%)

  • FGTS (8%)

  • Férias + 1/3

  • 13º salário

  • Aviso prévio

  • Multa de 40% do FGTS

  • Custos com folha e gestão

PJ:

  • Apenas o valor acordado via nota fiscal

  • Custos administrativos menores (gestão contratual, compliance)


4. Quais os riscos da pejotização indevida?

Pejotização indevida: quando o PJ atua como um CLT na prática.

Riscos para a empresa:

  • Reconhecimento judicial do vínculo

  • Pagamento retroativo de encargos, multas, indenizações

  • Danos à reputação

Riscos para o profissional:

  • Falta de proteção legal

  • Perda de direitos trabalhistas


5. O que considerar antes de aceitar uma proposta PJ?

  • Segurança: sem estabilidade, aviso prévio, nem seguro-desemprego

  • Benefícios: plano de saúde, VR, previdência não incluídos

  • Gestão financeira: autogerenciamento de tributos e férias

  • Autonomia: liberdade de horário e múltiplos clientes

  • Planejamento de carreira: pensar a longo prazo


Tema 1388 do STF

"Validade dos contratos PJ e os limites da atuação da Justiça do Trabalho"

  • O STF reconhece que contratos PJ são válidos, desde que firmados livremente.

  • A Justiça do Trabalho pode intervir se houver indícios de relação empregatícia (subordinação, pessoalidade, habitualidade, onerosidade).

  • Contratos PJ não são "blindados": podem ser questionados se forem uma fraude.


Antes x Depois da Reforma Trabalhista

AspectoAntes da Reforma (até 2017)Depois da Reforma (após Lei 13.467/2017)
LegalidadeMais rigidezContratação PJ expressamente permitida
Risco jurídicoAltoMenor, com contrato válido e relação autônoma
Reconhecimento de vínculoMais frequenteSTF valoriza liberdade contratual
AutonomiaFrequentemente questionadaReforçada pela reforma
ExclusividadeComum, gerava riscoAinda possível, mas com cautela
EncargosRetroativos se fraudeIdem

Dica Final

O melhor modelo depende do momento de vida, perfil profissional e cultura da empresa. O mais importante é avaliar o conjunto: segurança, benefícios, autonomia e planejamento. Nem sempre o maior valor financeiro é a melhor escolha.

Compartilhe com alguém que está vivendo essa decisão!

Beijos! 

Marta Pierina Verona

Consultora de Aplicação Master na Metadados, empresa especializada em softwares para gestão de recursos humanos, com sólida atuação como especialista no eSocial. Pós-graduada em Direito do Trabalho pela UNISINOS e graduada em Gestão de Pessoas pela UCS. Possui mais de 20 anos de experiência na área de Recursos Humanos, com foco em consultoria para implementação de sistemas e capacitação profissional. Atuou como representante da Metadados no Conselho de Clientes da GIFUG/PO. É palestrante reconhecida em eventos sobre o eSocial, professora em cursos de extensão em instituições de ensino superior, colunista no Portal Contábeis com o podcast “Carreira em Tópicos” e coautora do livro Departamento Pessoal: Atualidades, abordando o papel estratégico do DP em tempos de crise. 


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